quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Rússia pode investir 1 bilhão de dólares em Corumbá

A Rússia pretende investir cerca de US$ 1 bilhão em uma fábrica de fertilizantes nitrogenados - que tem em sua composição o nitrogênio - em Mato Grosso do Sul. O projeto deve ser feito em Corumbá e não deve ter empresas brasileiras envolvidas. Segundo o vice-presidente do Vnesheconmbank, banco estatal russo de cooperação para o desenvolvimento econômico e dos negócios estrangeiros, e presidente da seção russa do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Sergey Vasilyev, ainda não há uma decisão sobre os detalhes do projeto.
"Vamos primeiro fornecer um pouco mais de fertilizantes para o Brasil e depois começar a produzir aqui no País", afirmou a jornalistas, na reunião do conselho nesta quarta-feira (06), em São Paulo. O recurso, de acordo com o executivo, é proveniente do governo russo e pode também ter apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A empresa russa à frente do projeto é a Metaprocess, segundo informou a Agência Estado.
De acordo o secretário de Gestão Governamental de Corumbá, Cássio Augusto da Costa Marques, a notícia foi recebida com entusiasmo pelo Executivo, que ontem mesmo entrou em contato com a Subsecretaria de Assuntos Federativos da Presidência da República para se inteirar do assunto. A cidade, segundo Cássio, tem condições de abrigar um investimento deste porte.
“O diferencial de Corumbá seria o preço que a MS Gás pode oferecer pelo gás natural utilizado pela fábrica russa. A empresa tem autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para fazer a compra direta da Bolívia, o que poderia reduzir o valor pago pelo gás”, explicou ao Diário. Essa possibilidade de compra direta foi acordada ainda na época em que se discutia a implantação de um pólo gás-químico na cidade. A MS Gás, inclusive, possuiu um ramal construído para abastecimento de uma termoelétrica e demais consumidores do município. Esse gasoduto está dimensionado para suportar a demanda necessária para este novo empreendimento. São dois milhões de metros cúbicos diários importados da Bolívia.
Mas como a construção do pólo não se concretizou, este termo nunca entrou em vigência. “Como a intenção dos russos é fornecer fertilizantes para o Brasil, esta fábrica não poderia se utilizar dos incentivos oferecidos pela ZPE (Zona de Processamento de Exportação)”, continuou o secretário, destacando que o empreendimento é de grande porte e, por isso, não pode ser implantado dentro da área urbana.
“O Executivo vai acompanhar esta negociação e ajudar, da forma que for possível, a trazer este investimento para a região”, completou. No início do ano, a Petrobras anunciou a construção de uma fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS), com investimentos de R$ 2 bilhões.

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